novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......
convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

REAL - CORTÁZAR e ESCHER


Gosto muito de Julio Cortázar e tenho alguns trabalhos, artigos e a dissertação na internet.
Caso você seja professor ou aluno de alguma faculdade, pode me chamar para dar palestras e cursos, pois ele é minha paixão!
vejam um dos artigos que escrevi em http://www.letras.ufpr.br/documentos/pdf_revistas/susan.pdf

Aqui você encontrará a introdução feita por mim, na revista Letras, sobre o evento que organizei na UFPR em 2004:

No ano de 2004 o mundo festejou o Ano Internacional Julio Cortázar (1914-1984), com vários eventos correndo mundo e muitos países organizando encontros, palestras, seminários, discussões e re-edições da
obra do escritor argentino. Tudo isso em comemoração aos noventa anos de Cortázar, sendo vinte de sua morte.
A Universidade Federal do Paraná também se organizou para possibilitar a alunos, professores e comunidade um conhecimento maior desse escritor argentino nascido em Bruxelas. O evento, que ocorreu de 22 a 26 de novembro de 2004, contou com a presença de estudiosos e de um grande público de apaixonados espectadores, todos leitores de Cortázar.
(imagem retirada do google - galeria de quadros - Escher)

FICÇÃO - POEMAS CURTOS


“Por que o arco-íris se suicida nas poças de óleo depois da chuva?”

REAL - KAFKA


Outro artigo que publiquei há algum tempo. Desta vez analisei um romance de Kafka.
O Castelo, a cujo título se associam quase imediatamente rei e rainha, pode ser comparado em sua estrutura e conformação a um jogo de xadrez: o romance com sua visualidade clara e escura constitui um tabuleiro
com seus espaços pretos e brancos, no qual K. se desloca, buscando chegar até o castelo e sendo impedido por diversas regras e prescrições. Nessa dinâmica todas as peças impedem as ‘inimigas’ de se aproximar de seu rei.
Ainda outros elementos do romance permitem associações com o xadrez: o roque do rei, já que a primeira visão do castelo no romance é a da torre; a palavra alemã “Bauer” que serve tanto para designar camponês quanto peão de xadrez e certa proximidade fônica e gráfica, em alemão, das palavras xadrez e castelo. Também podem ser verificadas estratégias de jogo no decorrer do romance. Enfim, estabelece-se um jogo literário, em que a ética, a visualidade e o espaço integram-se para a constituição de um sentido dinâmico
e indefinível, atualizado a cada nova partida disputada entre o leitor e a indecifrabilidade do texto kafkiano.
(publicado inicialmente na revista UFSC. Mas coloco o link dela aqui: http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/view/7114/6588)

REAL - Escritas de luz petrificadas



Escrevi um artigo, inspirada pelo livro de meu amigo Luis Brandão. No artigo eu tento analisar como uma
obra literária pode revelar, de forma ficcional, a história e a memória de uma cidade (da humanidade) através do saber de pedra. Ou seja, intento promover um diálogo entre três artes – escultura,
fotografia e ficção – que buscam, através de formas um tanto diferenciadas, a fixação da história em uma certa memória. O livro de Luis Alberto Brandão que escolhi é "Saber de pedra", no qual o autor
colabora na memória da história de Belo Horizonte através das estátuas. Pedras estas trabalhadas não somente pelos escultores como também pela oralidade dos habitantes da cidade. 
caso queiram conhecer, visitem o site
 http://www.seer.ufrgs.br/index.php/NauLiteraria/article/viewFile/5838/3442
Beijos a todos.

MENSAGEM - AVISO AOS NAVEGANTES


Ah! sim...

aviso aos navegantes de meu blog:



o nome dele é do título de meu livro (que espero que seja publicado este ano).

Assim, não adianta copiar, pois já está registrado na Biblioteca Nacional faz tempo!!!

Outra coisinha:

Caso copiem algum artigo, conto, poema, sempre façam os devidos créditos!

dou aulas de ética na faculdade e conheço a lei de plágio e direitos autorais. hehe

assim, melhor não fazer besteira comigo.

Um abraço enorme a todos!
(crédito da foto: Leo Azevedo - Leve arrepio)

FICÇÃO - NATAL DE CRONÓPIOS




Um cronópio pequenininho saiu de casa dançando trégua e catala pois estava feliz de conseguir se concentrar a ponto de fazer uma lista de natal, com presentes para todos os amigos. Passou meses nesta tarefa, não porque gostasse de Natal, mas porque gostava dos amigos e queria dar um presente especial a cada um deles. No caminho viu um homem de pulôver azul se jogando de um prédio, mas não parou para ver porque não gostava das desgraças alheias... já tinha as suas próprias desgraças como aquele dia em que tudo saiu de foco e naquele outro em que não sabia como pegar a chave na mesinha de cabeceira.
Foi andando rapidinho, quando viu um homem e uma mulher jogando uma chave no bueiro. Perguntou de onde era a chave e ele respondeu que de sua casa, apontando para trás. O cronópio então se ofereceu para pegar a chave com suas mãozinhas finas, que poderiam entrar facilmente no bueiro, mas o homem e a mulher se negaram peremptoriamente!
Saiu então dali imaginando que loucura era essa de jogar a chave de casa no bueiro... como eles iriam entrar na casa depois? Mas também esqueceu logo o ocorrido, pois tinha compras a fazer... e continuou caminhando... passou por ele um carro com uma máquina de matar formigas e o cronópio ficou imaginando para quem poderia dar um presente como esse... pensando nisso quase tropeçou em cima de um fama que recolhia de forma afoita algumas moedinhas que haviam caído de seu bolso. O fama as contava e recontava para se certificar de que não faltava nenhuma!
O cronópio entrou então em uma loja e viu pela tv um enorme engarrafamento na auto-pista. Imaginou como as pessoas teriam relacionamentos diferentes nesta “cidade” estranha, construída de carros, e foi logo entrando em outra loja, pois a que estava começou a ficar tumultuada para verem o engarrafamento nas tvs ligadas.
Em sua lista estavam lenços para um amigo fama, um novo novelo para o Minotauro, um suéter para um amigo suicida, bombons para Circe, o jogo da serpente (de Pedro Gonzalez) para Morelli, uma caracol fêmea para Osvaldo, um vidro que deixava as moscas passarem para ele mesmo (pois sempre ficava penalizado com as coitadinhas...), enfim... vários e vários presentes...
Quando finalmente conseguiu achar uma loja, que milagrosamente estava mais vazia, o cronópio levou sua mão ao bolso para pegar a lista, mas, para sua surpresa, em seu lugar estava a chave de casa.... novo desespero de cronópio.... e nesse instante, como que solidárias com a angústia do pequenino, começa o esmagamento das gotas!
(publicado inicialmente no http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=853)

FICÇÃO - TÍMPAMEN




Ela, uma garota de treze anos. Ele, um homem de trinta. Se encontraram por acaso na rodoviária de São Paulo. Ele, retornando de uma palestra que fez no Rio. Ela, vindo do interior de Minas para ficar na casa da ex-patroa de sua tia. Olhares trocados rapidamente, nem palavra sequer.
O acaso levou-a a ser vizinha dele. Passavam dias apenas se olhando. Ele, observando a virgindade dos gestos, a inocência da curva dos quadris, as orelhas pequenas bem feitas. Ela, admirando o olhar experiente, a fala inteligente de quando conversava com a patroa.
Um dia, aproveitando a saída da mulher, ele se aproximou do muro baixo e a chamou. Disse que havia necessidade de lhe dizer algo e pediu que ela lhe desse o ouvido. Ela, um pouco desconfiada, cedeu...
Ele, primeiro sussurrou seu nome e pequenos perdigotos umedeceram a concha, preparando-a.
Depois, sua voz, como vento aveludado, se insinuou nos labirintos de seus ouvidos, penetrando-a com as palavras eróticas nunca antes ouvidas...
Ela, extasiada com o prazer ouvido, entrou correndo na casa.No dia seguinte ela acordou assustada: o filete de sangue ainda umedecia o travesseiro...

(publicado inicialmente na revista virtual Bestiário) - basta procurar no google. 

MENSAGEM - APRESENTAÇÃO



Olá queridos amigos

resolvi fazer um novo blog, já que esqueci a senha do outro... hehhe

idade é fogo.

Bom, vou colocar aqui desde artigos, textos e um ou outro conto ou poema.

Muitas coisas são para uma catarse íntima.

Para quem não sabe,

Catarse (do grego Κάθαρσις "kátharsis") é uma palavra utilizada em diversos contextos, como a tragédia, a medicina ou a psicanálise, que significa "purificação", "evacuação" ou "purgação".

Vou iniciar com um conto antigo, mas do qual gosto muito.

Beijos a todos e espero que critiquem...

Susan Blum