novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......
convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FICÇÃO - ENCONTROS ORKUTIANOS



Ela lhe deu sorrisos e confiança
Ele lhe deu promessas e sorrisos
Ela lhe deu mais confiança
Ele lhe deu um convite para ir na cidade dele passar uns dias de feriado (queria vários dias, ela não podia, ele se mostrou infantilmente triste)
Ela foi até lá com presentes (um para cada dia e um para o último dia – deixar escondido em sua cama)
Ele lhe deu um malá, um ovo de chocolate e uma calcinha fio dental
Ele lhe deu banho...
Ela lhe deu marcadores de página, uma caneta de madeira na caixa de madeira clara, bombons, uma garrafinha de vidro com mensagem (que ela mesma fez)... deixou no último dia uma caixa de beijos (uma caixa vazia com xerox de um texto do autor de Alice), embaixo de seu travesseiro, com perfume dela pelo quarto
Ele nada mais deu... só promessas...
Apresentou-a aos amigos, todo orgulhoso de uma mulher inteligente, bonita e – segundo ele – doce e meiga...
Outro feriado, de novo ele a fez ir até lá.. Disse que ela foi a primeira mulher de seu apartamento. Fizeram sexo em todos os lugares do apartamento! Nada escapou!
Ela levou velas, incensos, caneta laser, uma leiteira, livros, outras coisinhas pra casa, etc
Ele lhe levou a um motel... mas pagaram meio a meio...
Ele não lhe deu nada, parou de pagar os almoços...
Apenas lhe dava colo e cantava toda vez que ela tinha orgasmos (om namah shivaya, om namah shivaya)


Antes de outro encontro, nas férias de julho, ele pediu dois mil reais emprestados... ela deu...
Ele foi para a cidade dela...
Foi recebido pela família dela... fez promessas.. contou historias...
ela lhe deu um livro caro sobre maçonaria, outros livros, pijama, meias, casaco, pulôver, chinelos (que ele chamou de chinelos pra gay), etc.
Ele lhe deu dois livros (sobre sexo, sexo, sexo). Disse que compraria pra ela (que raspou seu sexo a pedido dele) bolinhas de pompoarismo...
Falava dela passar o Natal lá, e que ele viria pra cidade dela no ano novo. Dizia sempre para todos que jamais namoraria alunas (que segundo ele, davam em cima dele)... que preferia namorar professoras, que não cometiam erros crassos de português... e gozava dos erros das alunas dele.
Depois foram juntos pra cidade dele... ele apresentou ela pra família dele...
Ela deixou (a pedido dele) coisas dela na casa, como: chinelos, talco, shampoo, etc
Mas algo aconteceu... ele estava meio estranho...
não queria mais que ela deixasse as marcas do amor no corpo dele, que antes exigia...
fez ela voltar antes do prazo que combinaram.
Ela lhe deu carinho, confiança, respeito, amor, fidelidade, etc
Ele lhe deu mais promessas...
Por fim, ele lhe deu os últimos presentes: a mentira, a traição, o engano, a culpa que não existia, chamou-a de neurótica, dizendo que não estava com ninguém (quando estava com outra ao mesmo tempo), que ela estava delirando...
Hoje, ela tem a liberdade, a paz de espírito, novo emprego...
Ele... não deve ter nada.... pois quem faz algo assim, continuará fazendo sempre... e provavelmente fará com a “nova namorada” (ex-aluna dele e que escreve errado)!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

POEMA - a dança do fingimento



Nesta praça...
Ao som das sereias que cantavam... eu... cega...
O fingimento me tirou pra dançar, sussurrando palavras com rati, mas desprovidas de satya.

foto by Susan. Rati: doçura em sânscrito. Satya: verdade em sânscrito.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

POEMA - Irene moderna


Irene inteligente



Irene não pede licença, pois sabe de seus direitos.


Irene não xinga e entra à força, pois sabe de seus direitos.


Irene preta, Irene boa, nem sempre de bom humor, Irene humana.


Irene estudou, Irene conhece as leis 9459/97 e 7716/89.


Irene... apenas uma mulher querendo entrar...


 
(uma pequena homenagem a dois outros poemas... os dois de M.B.: um Manuel e outro Marcio)

domingo, 8 de novembro de 2009

FERNANDO - PESSOA



"Enquanto não atravessamos a dor de nossa própria solidão,
continuaremos a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é necessário ser um."

Fernando Pessoa

sempre acreditei nisso e por isso sempre busquei saber viver sozinha. Gosto de viver sozinha... sei viver sozinha e por isso sei amar e me deixar ser amada...
Procuro ensinar isso para as pessoas que encontro em meu caminho e que não conseguem viver sós. Mas nem todos aprendem...

sábado, 7 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

CURIOSIDADE - mamihlapinatapai

Recebi do grupo Educação para o pensar, do qual faço parte e achei muito interessante...

Você sabia?



A palavra mais difícil de definir, de todas as palavras do mundo, é "mamihlapinatapai"? Esta palavra, usada pelos fueguinos (habitantes da Terra do Fogo, que fica ao sul da Argentina e do Chile), significa "olhar para o outro na esperança de que ele se ofereça para fazer algo que os dois desejam, mas que nenhum dos dois é capaz de fazer".


Conseguiu pegar o espírito da coisa?