novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......
convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

REAL - RELATOS DE LEITORES

Sempre quis escrever um livro. Desde pequena minhas redações de alguma forma chamavam a atenção das professoras (nunca entendi o porquê). Enfim... minha intenção ao juntar alguns contos no Novelos Nada Exemplares era para que outras pessoas pudessem ler. Mas não esperava (nem sabia que seria assim) um retorno tão grande das pessoas que estão lendo o Novelos.
Confesso: adoro receber as palavras deles. Seja elogiando alguns contos, seja dizendo que não gostou muito de tais e tais, seja relatando que não entendeu muito bem esse ou aquele.
Esta é a parte mais gratificante para mim... ver que meus escritos estão mexendo com as pessoas.
Riem, fazem cara de nojo, ficam curiosas.
Sempre digo para que leiam uma segunda vez, buscando as "brincadeiras" que fiz nos contos.
Um ou outro já me manda no escrito certas revelações do que encontraram (claro que tirei esta parte nos relatos, pois quero que você, leitor, encontre sozinho).
Enfim... coloco aqui apenas alguns dos relatos que recebo!
Obrigada pelo carinho de todos!
Recebi estas palavras e as exponho!



Olá !!!!! Li seu livro. Suas inspirações são as melhores, mas o livro é original. Lembrou-me a despretensão e ao mesmo tempo o trato leve e cuidadoso da língua , como nos contos de Machado de Assis. O sabor sutil e rico da língua portuguesa também encontrado nos modernistas portugueses. Aquele cuidado de filologista artesanal ou artístico de um Hesse ou dos Grimm. Alíás, senti muito do fantástico ( simbologias do inconsciente) na sua literatura.....Desculpe são só algumas referências que me vieram a mente para se juntar a sua obra que é única. Impressões particulares .......... Parabéns !!!!!!

Andrey Luna Giron (professor, pintor e artista)

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Bom dia querida Susan.

Dizer que me senti extasiado ao ler seu livro seria o mínimo que minha pessoa sentiu ao lê-lo, dizer que me senti um deus do Olimpo, dirias que usei parte de algum conto. Mas é simplesmente lindo gostoso, limpo, diferente, tranquilo, enfim não é por seres minha amiga e gostar muito de ti que ficarei achando adjetivos. Como o Ventureli colocou na apresentação, e até frisei a ele, nos instantes em que trocamos poucas palavras, que concordo plenamente com a esterilidade que passa a literatura nacional. Bem! com aqueles dizeres dele lá mesmo, então quando a gente começa a ler, vê quem nem tudo é assim no mundo das letras, um livro muito bem construído, bem pensado, contos saborosos em que se vê todas aquelas nuances de autores que você citou e que vem em reverberações nos teus contos de uma forma muito sutil.

Magnífico, e quando a gente começa a fazer algo, principalmente a escrever, não para mais, espero que este tenha tirado aquela friozinho na barriga, aquela hesitação de tempos. Nunca escrevi, mas acredito na angústia de vocês quando estão diante do texto e dão uma mexida aqui ou ali, para ver se não fica melhor, ou se talvez gostariam que fosse dito desta ou de outra forma tal coisa. Enfim acredito plenamente nos anos que dizes que foi de preparação. Mas agora foi lançada ao mundo das letras, nascestes, agora é esperar é só esperar a maturação no imaginário das pessoas com seu estilo, que todos percebem ao lê-lo. Magnífico.Beijos.

Eleotério de O. Burrego (ex-dono de livraria, leitor assíduo e ser humano incrível)

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Oi, Susan

Recebi seu livro na semana passada e li no fim de semana. Achei muito legal, bem seu estilo mesmo, você que adora o fantástico e é super-fã do Cortázar. Parabéns! Como o Venturelli diz no livro, você usou os contos como se fossem quadros que estava pintando, a escrita como obra de arte e não como veículo para contar uma história. A única coisa de que não gostei foi o fato de você não ter autografado o livro pra mim ... sniff! Mas na próxima vez que a gente se encontrar eu levo o livro e você assina, tá bom?
(...)
Fiquei com a impressão de que os comentários do Icaro foram, ou podiam ter sido, feitos por outra pessoa, um leitor crítico que se dispusesse a comentar cada conto. Já os comentários do Oraci só podem ter sido feitos por você, já que ninguém seria tão rude a ponto de escrever aqueles comentários e ainda mandar para a autora :-) Os comentários de ambos são seus ou os do Icaro são de outra pessoa?

Enfin, achei muito legal, espero que faça muito sucesso.

Marcos Oliveira (analista do Banco Central, “escritor” e ex-aluno)


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Susan, li teu livro. Fiquei maravilhado. Os contos interagem como se fossem partes de um romance. Mesmo tratando de assuntos diversos, parece haver um fio condutor, que em minha opinião é o estranhamento em relação à vida. Não há respostas para estar-se vivo, então se nossas mãos atravessam o mármore de um túmulo, como em "Fissura", esse acontecimento passa a ser pouco estranho se comparado ao simples fato de estarmos vivos. Sexo, morte, desejos, tudo está boiando conosco no oceano dos tempos ( e do tempo) e emaranhando o novelo, que também somos nós. A influência de Cortázar não te tirou a independência, nem diminui teu trabalho, afinal de contas não existe escritor que não receba influências. Senti também uma força parecida com "O Aleph" do Borges, é literatura quântica, que nada exclui, que nada renega, porque entende que todas as realidades estão entrelaçadas. Não se importe com as glórias e reconhecimentos, pois às vezes as próprias virtudes de uma obra são impecílios para as láureas fugazes. Mas você plantou tua semente e ela germinará uma árvore frutífera.
Guido Viaro (escritor e diretor do Museu Guido Viaro - ver mais detalhes em http://www.museuguidoviaro.org/)

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Li os seus preciosos, coloridos e aconchegantes novelos.



Só tenho que te agradecer pelo livro, é uma joia.
Obrigado!
Bem, você quer meus comentários? Não, né? hahaha.
Então, a leitura flui bem, é leve, sutil. Amei os seus companheiros de caminho, Ícaro, sim, é sensato.

Você tem o jeito de contar, num primeiro momento gostei das referências que faz a Cortázar, por exemplo, mas depois foi ficando pesado, não sei se é porque sou leitor faminto de Cortázar, e sabia do livro, página, casos em que estavam certas referências, algumas podem até passar despercebidas por você. Gostaria de você mais solta, todos sabemos que você ama Cortázar.

Gostei do "Calidoscópio", conseguiu construir uma bela imagem. "Estranho Corpo" ,como disse o Venturelli, achei "verde", falta alguma coisa, alguma tensão, não sei. "Errata", achei maravilhoso, pela simplicidade, pelo jogo, a graça. "Ano novo, velho amor", ótimo. "Em volta", quando li, fiquei com a sensação de que falta coisas, que você deveria ter continuado. Em "Desdobramento", achei forçado você colocar a "antakarana", aquele não era o momento, achei também "verde". "Rita Mens" é um bom texto. Enfim, gostei de vários outros. E está aí os novelos que me chamaram a atenção. Não sei se era esse o comentário que esperava, fui, pelo menos, sincero.
Esperarei o próximo livro.
(Acacio Scos - amigo, leitor, mestrando de Cortázar, blogueiro de Vida Clandestina e........ chato hehehe)



Apenas palavras,
mas palavras que penetraram em minhas entranhas!
Obrigada!





quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

FICÇÃO - SUSAN SONTAG


Chuva forte lá fora, os raios e os trovões acendem ecos do passado. Aproveito para ficar enrodilhada no sono leve, tão leve que não resiste às palavras de meu amigo que mora comigo. Ele tem o hábito de ler em voz alta. Frase por frase são lidas, depois relidas apenas mexendo os lábios e, por fim, ele fica repetindo a frase em sua cabeça, com o livro entreaberto no colo, os olhos mirando o teto. Depois vem outra frase, e assim por diante.


Acompanho sua leitura. Algumas vezes também olho para o teto, em outras me encosto em seu corpo morno e ele, tão concentrado, apenas passa a mão em minha cabeça. Hoje está um dia para meditar: a chuva é fértil para os que sabem aproveitá-la. Já que não dá para sair, o jeito é pensar!


Mas pensar me dá sono e logo volto a me enrodilhar e dormir. Quando acordo me vem uma das frases, lidas ontem, na cabeça: “penso, logo, existo”. Eu penso, logo existo? Será? Será que meu amigo realmente pensa? Será que ele existe? Mas... Se a cadeira e o sofá não pensam... Não existem? Ou será que os criei porque penso? será que eu realmente penso ou será que eu imagino o tempo todo? E qual é a diferença entre eles? Pensar não é imaginar? O que é real? O que é ilusão?


O que é um simulacro? Sou um simulacro? Um lacre simulado fechando uma torrente de coisas que eu sou? Tantas máscaras impostas desde a infância que fica difícil saber quem realmente sou. Procuro os rótulos dados pelos outros e insisto em me encaixar em um ou outro (geralmente os mais aceitos pelas pessoas).
 
Todos esses pensamentos me foram esmagados pela realidade, pois meu amigo deixou o livro de Baudrillard de lado, me chamou “venha Susi Sontag”, seguido de um "pst, pst" e colocou leite em minha tigela.

Este texto faz parte de meu livro de contos: "Novelos nada exemplares"  - caso tenha interesse em adquirir, mande um e-mail para mim. Obrigada!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

REAL - lançamento de meu livro no Museu Guido Viaro!

LANÇAMENTO de meu livro no Museu Guido Viaro...
Noite linda com bons amigos...

.
.

Alguns dos amigos que foram até lá...



Quem perdeu...
não se preocupe...
Muito provavelmente haverá mais noites de autógrafo...
inclusive em São Paulo e no Rio de Janeiro...
AGUARDEM!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FICÇÃO - ERRATA


Lá vinha ele todo faceiro, chegava de mansinho e me tocava o corpo suado.


Dias de folga, ele gostava de brincar:


_ Diz ócio!


_ Ócio!


E assim o dia nos levava. Chegava a noite e nos encontrava mortos.


Domingo, ele chegava, de novo todo faceiro e pedia o almoço. Me tocava, caso o almoço não estivesse pronto, e me levava para a cama.


Depois de minutos eu sentia meu corpo suado...


Quando estava faceiro, ele gostava de brincar. Nossos corpos se juntavam, se separavam, juntavam-se de novo.


_ Diz ócio!


_ Ócio!


_ Diz ócio!


_ Ócio!


De noite, nossos filhos nos encontraram no quarto: mortos!




 Errata:


Onde se lê: faceiro, leia-se: cachaceiro.


Onde se lê: tocava, leia-se: socava.


Onde se lê: suado, leia-se: usado.


Onde se lê: brincar, leia-se: brigar.


Onde se lê: _ diz ócio!, leia-se: Divórcio!


Onde se lê: Ócio!, leia-se Ódio!


Onde se lê: mortos, leia-se: mortos.


Este meu conto faz parte do livro Novelos nada exemplares...
Alerto:
Mulher NÃO é capacho e não deve aceitar sequer agressões verbais!
Viva sozinha e feliz se for o caso!
Denuncie caso o abuso não seja só verbal!



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"REAL" - Nuvens de Van Gogh



Nuvens de Van Gogh...


pintadas no céu...


percebidas por.. oh!


(foto by Susan Blum - janeiro de 2010 - Brejatuba)