novelos soltos, emaranhados, organizados, escondidos, fiapos da vida......

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convido-os a desenrolar alguns fios reais e ficcionais

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

REAL (e dolorido) - MULHERES

Quando me formei em Psicologia, em 1987, fui trabalhar em um posto de saúde de um bairro de Curitiba. A Associação era o Madalena Sofia, o bairro ficava quase em Colombo.
Lá, não eram raros os casos de mulheres que apanhavam do marido (a ponto de ter que ir na casa dela fazer curativos). Eu acompanhava a enfermeira até a casa da mulher que às vezes sequer conseguia sair da cama (quem chamava a gente era algum dos diversos filhos). Quando dizíamos que precisavam denunciar, estas mulheres ficavam com medo. Geralmente afirmavam que era o marido delas, que não podiam fazer isso. Vocês não imaginam minha tristeza, pois sequer podíamos chamar a polícia ou dar queixa (na época o flagrante tinha que ser dado).
Algumas vezes o marido era alcóolatra ( o que não é desculpa), mas em outras ele era violento pelo simples prazer de poder descontar no corpo da mulher as mazelas do dia a dia (o que sempre considerei pior).
Eu dizia para a vizinha que devia chamar a polícia quando ouvisse os berros, mas ela também tinha medo de represálias.
Hoje leio que em Curitiba a Delegacia da Mulher recebe 30 denúncias por dia. E reflito.
Pergunto-me se o número de casos aumentaram ou se é a denúncia que finalmente está sendo feita! Acho que as mulheres estão reagindo mais (finalmente).
Sobre a violência doméstica, eu penso: fui casada por 4 anos e também tive alguns relacionamentos. Em nenhum deles recebi sequer um tapa! (e jamais permitiria). Apenas em um percebi uma certa violência por parte dele (mais verbal) que já me alertou e me afastei aos poucos.
Casos de homens covardes que agridem a mulher (seja com ações ou palavras) me dão nojo. Sei, por experiência, que não é necessário um relacionamento com desrespeito. Sou do tipo de pessoa que detesta LEVANTAR a voz, quanto mais brigar e gritar. Não me sinto bem com atitudes assim.
Mas desrespeitar o outro só porque ele pensa ou sente de forma diferente. Gritar com alguém, ou mandar calar a boca, são, na minha opinião, de uma falta de respeito enorme.
Por isso, denunciem SIM!
E caso o homem que está ao seu lado levante o tom de voz, já abra os olhos e analise-o bem. Perceba como ele é. Cuide-se. E se afaste enquanto há tempo. Pois não são raros os casos de homens que não sabem "perder" uma mulher e acabam indo atrás para matar.
 Por fim, um link para um conto meu (aqui do blog). Vovozinha, cadê você? E comento um pouco sobre a Marcha das Vadias (da qual faço parte, no face). Entendam o porquê desse nome! Respeitem as mulheres.

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